“Os crimes violentos são um tabu dentro dos presídios femininos. Quem cometeu não admite, não quer contar. (...) Para se ter uma ideia, homicídios qualificados – como, por exemplo, pagar para alguém ser morto – dão até trinta anos de prisão. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa da Polícia Civil do Estado de São Paulo afirma que, no ano 2000, aconteceram 5.000 homicídios na Capital. Mais de setecentos casos foram analisados e 125 tiveram a autoria estabelecida, sendo que alguns deles foram cometidos por mais de uma pessoa. ‘Posso lhe afirmar que 138 autores são do sexo masculino e apenas um do sexo feminino’, declarou o diretor do Departamento, Domingos Paulo Neto. ‘Ou seja, 0,7% dos casos analisados foram atribuídos a mulheres e 97,2% a homens. Então a mulher, nesse universo analisado, não chegou a 1%. Mas, mesmo que a mulher não seja autora do crime, ela pode ter outro tipo de participação. Dizem que a mulher não pratica o homicídio, ela manda praticar. Principalmente nos casos passionais’, diz Neto.”
Do livro Direitos Humanos e Mulheres Encarceradas,
Org. Caroline Howard, 2006.
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